Política e eleição na vida cotidiana
Neste Livro relativo à eleição presidencial brasileira de 1989 e à eleição municipal de 2000 em Maringá-Pr, investigamos o saber cotidiano sobre a política. Para tanto, procuramos perscrutar os valores culturais dos depoentes e entrevistados pelos jornais visando conhecer a concepção política, particularmente, das pessoas pertencentes às camadas populares. Um dos propósitos básicos que orientou o trabalho foi a tentativa de evidenciar que a visão peculiar do cidadão comum - e a maioria daqueles que não participam das atividades ligadas ao campo político - sobre a vida pública é um dos principais determinantes da sua maneira de participar da política em momentos eleitorais. A nosso ver, boa parte do pensamento letrado, muitas vezes, trata essa questão de forma limitada quando procura explicar a chamada despolitização baseando-se apenas na baixa escolaridade, desinformação e desinteresse dos populares pelos assuntos da polis. Naturalmente que não se pode negar o peso dessas variáveis nos estudos sobre a arte de governar, mas este trabalho encontrou evidências de que não há uma relação direto, unívoca, entre grau de escolaridade, renda, faixa etária e um comportamento que poderia ser considerado "politizado". Nesse senti-do, acreditamos que esta obra fornece subsídios para se pensar que o campo político profissional e o saber cotidiano são universos que funcionam com base em códigos e registros muito distintos; somente levando em consideração essas diferenças - que implica em estudar as experiências de vida das pessoas e não apenas em falar de eleitores "ideais" - é possível entender a concepção dos cidadãos comuns sobre a política, principal-mente na forma como se manifesta em períodos eleitorais.
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Política e eleição na vida cotidiana
Neste Livro relativo à eleição presidencial brasileira de 1989 e à eleição municipal de 2000 em Maringá-Pr, investigamos o saber cotidiano sobre a política. Para tanto, procuramos perscrutar os valores culturais dos depoentes e entrevistados pelos jornais visando conhecer a concepção política, particularmente, das pessoas pertencentes às camadas populares. Um dos propósitos básicos que orientou o trabalho foi a tentativa de evidenciar que a visão peculiar do cidadão comum - e a maioria daqueles que não participam das atividades ligadas ao campo político - sobre a vida pública é um dos principais determinantes da sua maneira de participar da política em momentos eleitorais. A nosso ver, boa parte do pensamento letrado, muitas vezes, trata essa questão de forma limitada quando procura explicar a chamada despolitização baseando-se apenas na baixa escolaridade, desinformação e desinteresse dos populares pelos assuntos da polis. Naturalmente que não se pode negar o peso dessas variáveis nos estudos sobre a arte de governar, mas este trabalho encontrou evidências de que não há uma relação direto, unívoca, entre grau de escolaridade, renda, faixa etária e um comportamento que poderia ser considerado "politizado". Nesse senti-do, acreditamos que esta obra fornece subsídios para se pensar que o campo político profissional e o saber cotidiano são universos que funcionam com base em códigos e registros muito distintos; somente levando em consideração essas diferenças - que implica em estudar as experiências de vida das pessoas e não apenas em falar de eleitores "ideais" - é possível entender a concepção dos cidadãos comuns sobre a política, principal-mente na forma como se manifesta em períodos eleitorais.