Professora indígena da UFSC vai ministrar aula magna do ano letivo da UEM
Ela abordará os avanços e retrocessos para os indígenas na universidade pública em 30 anos da Constituição
A professora Joziléia Daniza Jagso Inácio Jacodsen, conhecida por Joziléia Kaingang, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), vai ministrar, na próxima quinta-feira (14), a aula magna da Calourada 2019 na Universidade Estadual de Maringá (UEM), sobre o tema "30 anos da Constituição Federal: desafios, avanços, retrocessos e as perspectivas indígenas na universidade pública".
A palestra será proferida pela manhã, das 9 às 10h30, e à noite, das 19h30 às 21 horas, no bloco C-34, câmpus sede da instituição. Com história de luta em defesa da mulher kaingang, transformada em objeto de estudo na pesquisa do mestrado, Joziléia é a primeira estudante indígena do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, da UFSC.
Natural da Terra Indígena do Guarita, interior do Rio Grande do Sul, ela desempenha a função de coordenadora pedagógica da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, na UFSC.
Joziléia está cursando o doutorado em Antropologia Social também na Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Geografia, também tem especialização em Educação de Jovens e Adultos Profissionalizantes, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A professora reúne experiência na área de Antropologia Social, com ênfase em interdisciplinar, nos temas mulheres indígenas, arte indígena, saúde sexual, indígenas e universidade.
Na dissertação "Mulheres kaingang, seus caminhos, políticas e redes na TI [Terra Indígena] Serrinha", Joziléia deu ênfase a três narrativas de luta de mulheres kaingang a partir das décadas de 60 e 70. “O movimento indígena pela terra e pelos direitos não se inicia pela Constituição de 88. Houve uma luta grande do movimento indígena, que conseguiu se articular sem internet, telefone, dinheiro. Alguns artigos específicos (231 e 232 – direito aos costumes, território e crenças) nos asseguram o direito de sermos quem somos. O tema vinha sendo discutido em fóruns institucionais; a promulgação da Constituição de 88 veio depois”, descreve.
Calourada
A aula magna é apenas uma das atividades da Semana de Integração, organizada pela administração da UEM e o Diretório Central dos Estudantes (DCE).
São diversas ações a serem iniciadas nesta quinta-feira, primeiro dia de aulas do ano letivo, com prosseguimento até o dia 15 de março.
Além de atividades no câmpus sede, os câmpus regionais também terão uma programação específica. Estão previstas rodas de conversa, apresentação dos programas e projetos institucionais da Universidade, trilha ecológica cultural, coleta de sangue e palestras.
Hoje (7), às 11h30, numa tenda ao lado do Restaurante Universitário, representantes da Reitoria e os diretores de Ensino de Graduação, Luciana Andréia Fondazzi Martimiano; Extensão, Breno Ferraz de Oliveira; e da Cultura, Rael Toffolo, darão as boas vindas aos calouros.
Ao todo, 14.841 estudantes retomam as aulas, hoje, dos quais 3.111 são calouros, novos alunos aprovados nos dois últimos vestibulares e no Processo de Avaliação Seriada (PAS).
Para coibir o trote violento, a UEM, por meio da Diretoria de Ensino de Graduação/Pró-Reitoria de Ensino, está disponibilizando o disk-trote (0800 6434278), por meio do qual qualquer calouro que se sentir agredido física ou psicologiamente poderá acioná-lo.
Como fez em anos anteriores, a Universidade também vai premiar os melhores trotes solidários, num concurso cujas regras podem ser lidas em edital no site da Calourada.
Dos calouros que iniciam as aulas nesta quinta-feira, 2.704 estão matriculados no câmpus-sede, 182 no Câmpus Regional de Umuarama (CAU), 134 no Câmpus Regional de Cianorte (CRC), 52 no Câmpus Regional de Goioerê (CRG), 27 no Câmpus Regional do Vale do Ivaí (CRV) e 12 no Câmpus do Arenito (Cidade Gaúcha). A organização da Calourada é da UEM, por meio das pró-reitorias de Ensino (PEC), Extensão e Cultura (PEC), Assessoria de Comunicação Social (ASC), Unitrabalho (Fundação Universitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).